De volta ás Origens

(faltam fotos)
Mamãe e Papai ficaram inconformados com o mal que venho passando, neste meu quarto dia de febre constante e alta; tomando remédios fortíssimos como a Prednisolona (corticóide), mais os quatro jatos de Aerolin (salbutamol) de tanto em tanto tempo dia e noite,  além de ibupofreno de 6 em 6 horas, e ainda assim vomitar tudo que ingiro, além da catarrada verde, da febre que não cede, do pulmão que não melhora e da chieira que não passa! Decidiram retornar comigo ao médico, mas não mais na UNIMED Betim, de onde sempre saem meio insastifeitos: voltamos às minhas origens e fomos para Nova Lima, no Hospital em que nasci - O Vila da Serra! Tenho que concordar com eles: o atendimento é outro! Quando aqui cheguei, minha febre estava 39,4 e eu prostradinho, prostradinho. Minha saturação (oxigenação do sangue) estava baixa e fui para o oxigênio. Depois de uma tarde inteira de sofrimentos, exames, soro na veia e etc, a decisão médica que chocou a mamãe: DECIDIRAM ME INTERNAR NA UTI. Segundo o médico, meu pulmãozinho não está reagindo a oxigenação. A cada vez que faziam o teste e tiravam o oxigênio, caía de novo! Além disso, apresentei uma bronquite com muita chieira no pulmãozinho, mesmo com os jatos de aerolin que fizeram de 20 em minutos e as nebulizações com Atrovent e Berotec que também fizeram lá. Aumentaram a minha dose de corticóide. Tinha também uma infecçãozinha no ouvido direito e meu raio X demonstrou uma pneumonia viral. Papai não estava na hora da notícia; tinha ido à Betim buscar umas coisas. Mamãe tentou disfarçar, mas vi bem o desespero nos olhos dela; mais tarde, ouvi os cochichos de que ela preencheu minha ficha do CTI em lágrimas, na recepção do hospital. Eu confesso que não tenho ajudado muito. Grito, tento arrancar aquele montão de fios pregado em mim. Consegui tirar todos os do meu peito e o do nariz. O do soro é mais difícil, pois colocaram uma tabuinha e passaram muitas fitas adesivas na minha mão. A luzinha vermelha colada no meu dedão do pé quase saiu e teve um dos meus momentos de surtos, que até eu me assustei com minha própria força. Eles nem conseguiam me controlar!!! Vovó chegou para me ver num desses meus momentos de raiva intensa em que chorava pedindo socorro e ninguém, nem minha própria mãe, fazia nada por mim! Mais tarde, o papai chegou e eu me senti mais seguro. Ando um pouco magoado com a mamãe. Eu estava mais calmo e até o deixei colocar meu oxigênio de volta ao nariz. Vovô Daniel e vovó Déia quiseram me ver, mas ninguém, além dos pais, entram naquele lugar. Ainda bem que vovó é médica e essas regras não valem prá ela! Eu soube também do carinho das pessoas para comigo: quem fica sabendo, liga logo! Tia Kelly (loira) foi quem levou minha vovó lá. Pena que não pôde me ver!Vovó Estella ligou o dia todo! Também a Dani, tia Mi, Desiré, tio Marcos... Bem estou muito cansado e vou tentar dormir um pouco, mesmo com a buzinação daquele aparelhinho no meu ouvido. Passa das onze da noite e ouvi bem quando o médico tentou acalmar papai e mamãe dizendo que se eu reagir bem, amanhã mesmo me tiram daquele lugar! VOU SURPREENDÊ-LOS! Me aguardem!